quinta-feira, 22 de julho de 2010

Decisão ( suícidio )

Minhas mãos tremiam com veemência. Meus olhos ardiam e lacrimejavam, meu corpo doía. Eu tinha tanto medo! Medo de me arrepender, de ser uma atitude infeliz. Era um caminho sem volta, eu não fazia idéia do que ia acontecer depois. EU ESTAVA COM MEDO!
O peso do metal frio, já estava em minhas mãos, estava quase lá. Coragem! Eu gritava para mim mesmo. Podia ser esta a resolução de todos os meus problemas. O fim de uma vida absurda, sem paz, sem amor. Essa atitude traria isso pra mim.
Meu rosto embebido de suor estava com uma excitação inebriante. A minha face, que por poucas vezes esteve tão transparente, tão verdadeira, exprimia os meus sentimentos explicitamente.
Tudo ao redor era tão bucólico.
Eu tinha que tomar essa decisão!
Segurei o metal, frio, com ambas as mãos, com uma dose extra e inesperada de coragem, consumei o fato.
Coloquei a aliança nas mãos delicadas de Julliet, ela sorriu e disse: Sim!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Procurar e encontrar

            Eu procuro um poema de amor, um livro de um escritor qualquer, procuro por certo topor, que me tire dessa realidade absurda em que vivo. Necessito de um gole de gim, e de uma anestesia da vida. Quero procurar e encontrar algo que me tire deste liquidificador de sentimentos, guardados há tanto tempo, enferrujados e cobertos de poeira.  Sentindo a luz, vejo como sou pequena em relação a tudo, mas me sinto tão grande. Sou como uma espécie de semideus, auto-suficiente, mas que quer sempre algo a mais. Creio que o amor mexa comigo, a morte também... Esses instintos suicidas, e essas atitudes de um rato medroso. Fingir não se importar quando na verdade eu estou extremamente puta por dentro. Fingir lucidez é ainda pior. Sou todo ouvido quando alguém quer falar, mas na verdade eu não escuto, não tenho humildade suficiente pra entender alguém, eu necessito ser a vitima de tudo. Tenho necessidades extraordinárias, beijo o chão porque sou cínica, fingida, sonsa e mais um monte de ‘qualidades’ incontáveis. Provoco por que preciso provocar, isso me move, é como um jogo pra mim, mas eu procuro um meio de não me envolver com tais palavras, e gestos. Eu sou frágil demais. Eu procuro um poema de amor, um livro de um escritor qualquer, procuro por certo topor que me tire dessa realidade absurda em que vivo.