sábado, 21 de agosto de 2010

Disfarçar

Primeiro tenho que dizer o quando é difícil. Serio, é difícil saber que agora ele está aqui, mas as 18:45 ele não vai mais estar. É foda conviver com a idéia de que as coisas acabam, simplesmente por acabar. É complicado, é inútil..Todas as terças-feiras ele me liga e pergunta como eu estou, as sextas eu vou ao consultório, pra contar o andamento da semana. Gardenal 20mg, Rivotril 2mg. Rotina, rotina...Eu estou enlouquecendo aos poucos, tenho certeza disso. Estou cavando o fundo do poço, porque eu sei que os que antes eram meus amigos me vêem com nojo, repulsa...
Mas preciso comentar: EU NÃO ESTOU FICANDO LOUCA. Claro que não, ora bolas. Eu sou sã! E continuo sendo a eterna mistura de egoísmo, revolta e sadomasoquismo. Preciso deixar bem claro o quanto eu sou esperta, ou me jogam pra trás. Sou um algarismo bobo, que não está na sopa de letrinhas e números coloridos e fumegantes servidos na hora do jantar..Sou de tantas cores que nem os mais belos cupcakes do mundo emitiriam a leveza que as pessoas sentem ao me olhar. MINTO MESMO! Sei que preto e branco tem uma coisa mágica, retrô, blasé. Tipo aquele filme do vocalista do Joy Division, que tem uma puta fotografia, que me deixa meio excitada só de ver. Sou uma caixinha, mas ao invés de surpresas, eu sou clichê.
E mesmo quando eu quero sumir, sempre tem uma alma bondosa pra perguntar o que eu sinto..E quando eu respondo que não sinto nada, eu minto, e minto, porque a avalanche de sentimentos que há aqui, está se transformando num armagedom. E quando alguém não gosta de mim, eu sei, pois tenho a maior percepção possível. E quando alguém pula no meu sofá e deita na minha cama, eu saberei que era eu que estava ali naquele tempo todo, esperando alguém que me trouxesse a felicidade, mas a felicidade não veio.
É falta de sorte, ou excesso de azar? E quando eu sinto amor, o amor me dá em troca solidão, calmaria, furacão. E quando eu quero sumir, eu vejo o quão imortal eu sou. E amo, porque o que seria de mim sem amor?