domingo, 3 de julho de 2011

Ação

Todos os dias, todas as horas, todos os minutos. O pulsar insistente do meu coração que finge que ama. E me engana. Sentimentos que fingem que existem. Coisas que eu nunca esqueci.
Comida recem-esquentada no microondas. Louça para lavar à dias. Apartamento imundo. Janela aberta.
Pulmão manchado, fígado estragado. Olha o que restou de mim! Coloco a culpa no amor, como sempre, porque o amor é um refúgio, um porto seguro. Mas eu só finjo.
Olho através do olho, sinto através da pele. Vivo. Se existe vida após a morte então para que existe a morte? Sinto que chegou a hora. A hora do sol nascer. Tomo o meu prozac, um copo de água meio cheio, meio vazio. Me aproximo da janela e vejo. Vejo o mundo, os primeiros raios de sol, um choro de criança ao longe, um carro que passa na rua. Como seria voar até o chão?

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A comida esfria no microondas, a louça continua suja, mas meu coração ao menos parou de insistir em pulsar.

21.04.11 em uma aula chata de máquinas elétricas.

I need your help

É até engraçado como as pessoas perguntam o porque de ter acontecido. Ninguem se importa mesmo com ninguem. Não se importamem enfianr a mão nas feridas há pouco abertas... E ficam lá, mexendo onde dói mais. Sem pena. Não entendem que só o tempo (ou nem o tempo) cura. Não entendem o que é um coração quebrado, destroçado, estilhaçado. Essa sou eu, agora. Tentando recolocar os meus pedaços no lugar, aos poucos...


texto escrito há muito tempo atrás, que eu acabei de achar, e descreve bem o que eu tô sentindo agora..